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Gabriela Nanni

Os chacras e os Asanas: Muladhara


Existe uma relação direta entre os chacras, as funções especificas do corpo e a forma como lidamos com as situações de vida, tanto interiormente como em nossas interações com o mundo.

Como vimos no artigo “Yoga Energético: chacras” , os chacras, enquanto centros energéticos, recebem, assimilam, distribuem e estocam energia. Entretanto, de acordo com a história pessoal de cada indivíduo (hábitos, circunstâncias, comportamento) esses centros energéticos podem apresentar um desequilíbrio.

Por exemplo, circunstâncias que arrancam nossas raízes - como viagens, mudanças, perda de emprego, apreensões, problemas familiares ou financeiros, mudanças no corpo etc. – podem afetar o primeiro chacra base, tornando-o deficiente, principalmente em pessoas com mentes inquietas com imaginação ativa que já se sentem naturalmente desaterradas.Por outro lado, uma pessoa com excesso nesse chacra pode apresentar umcomportamento ganancioso, focado no ganho material desmesurado.

Outro exemplo: uma pessoa com excesso no quinto chacra pode ter tendência a falar demais e não escutar os outros, enquanto uma deficiência nesse mesmo chacra causa constrangimento e dificuldade de comunicação.

Para além do aspecto quantitativo (excesso ou deficiência) , devemos também lembrar que toda energia possui também seu aspecto qualitativo. Nesse sentido, enquanto essa energia flui através do nosso corpo físico, emocional e intelectual, ela pode ser dividida em três gunas, que significam “atributos da natureza”.

Cada chacra contém estes três atributos em seu interior, assim como em nós: o estado de equilíbrio é chamado Sattva; Rajas é o estado de hiperatividade energética; e Tamas é o estado de inércia, latência ou pouca atividade energética.

Matéria (tamas), energia (rajas) e consciência (sattwa) estão sempre presentes em várias combinações: quando meditamos, por exemplo, o guna Sattva está mais presente, pois ao elevarmos a consciência, nos acalmamos mental e fisicamente; durante uma prática de Vinyasa ou qualquer exercício vigoroso, o guna Rajas predominará, pois ao mover-se gastando energia, temos tendência a pensar menos; se olharmos para a resistência e a densidade do corpo, ossos e músculos, o guna predominante é Tamas. Entretanto, os três gunas estarão sempre presentes, pois sempre haverá aspectos da consciência, fluxo energético e ação da gravidade em qualquer experiência e em qualquer asana.

Os dois primeiros chacras são mais tamásicos, os três chacras intermediários mais rajásicos e os chacras superiores mais sattvicos. O equilíbrio consiste em honrarmos estes três aspectos durante nossa prática, desde a meditação inicial, passando pelas posturas mais desafiadoras e terminando com savasana.

Ainda nesse post falarei especificamente do primeiro chacra, Muladhara e uma sugestão de asanas que podem equilibrá-lo. Em seguida, publicarei um post a cada semana para cada chacra separadamente e as práticas de asanas para equilibra-los.

MULADHARA

Entre o panteão dos chacras védicos, Muladhara, ou chacra base, é de onde emergem os nadis, os canais sutis de energia por onde fluem a energia vital. Centro energético que se origina no nervo coccígeo, ele é de vital importância na formação e na construção da base física e psicológica humana.

Muladhara está associado ao elefante, portador do seed-sound (o som que dele ecoa e que ao ser entoado, o desbloqueia) desse chacra. Tal qual a solidez, segurança, e perseverança do elefante, a energia desse chacra nos ajuda a perseverar. Muladhara é delimitado e atraído pela energia da terra, elemento associado a ele. É o centro energético que regula nossos instintos mais básicos e primitivos, necessários para nossa sobrevivência.

Uma pessoa com personalidade Mulhadara é frequentemente confrontado com lições de vida ligadas a segurança – ou ainda, o desejo de estarem sempre fisicamente e financeiramente seguros. Podem ser comparados às formigas, sempre trabalhando arduamente para suas rainhas. Como o elemento terra, essas pessoas são geralmente forte e produtivas e, como aprendizado, precisam aprender a lidar com a ganância, a luxúria, a sensualidade, a raiva e a competitividade.

Já que esse chacra representa nosso aterramento físico e emocional e esta associado ao elemento terra, com vibração mais lenta do que as cores que simbolizam os outros chacras, uma sequência que corrige o desequilíbrio de Muladhara deve proporcionar ao praticante a sensação de quietude que o permita se sentir aterrado e seguro:

  • Alongamento e fortalecimento das pernas e dos pés, com movimentos livres dos os pés, com bolinhas de tênis visando abrir a planta dos pés, como uma mini-tratamento de acupuntura);

  • Para preparar para as posturas em pé, podemos estimular a abertura dos dedões dos pés entrelaçando os dedos das mãos entre os dedos dos pés e sentando sobre os pés por alguns instantes;

  • Abertura de panturrilha, alongamento dos tendões: UTTANÁSANA e JANU SIRSÁSANA;

  • Posturas em pé: TADASANA ou SAMASTHI;

  • Posturas restauradoras que ajudam a assentar uma mente hiperativa, encorajando-nos a nos render à ação da gravidade como SUPTA KONÁSANA, SALAMBA SAVÁSANA E SALAMBA BALÁSANA;

Ver workshop Yoga Chakras

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